Os desafios da comunhão na Estação
Uma boa parte de pessoas que
já passaram pelas nossas reuniões argumentam que o modelo de ser da estação não
favorece a comunhão, tema este, que abordamos como necessidade do
desenvolvimento da espiritualidade.
Mas será que essas pessoas têm
razão? Vejamos, na nossa publicação de identidade, dizemos:
“O Caminho da Graça Estação Fortaleza é um movimento, uma realidade em constante mudança. Não fazemos dela epicentro de coisa alguma; mantemos a ideia do
Espírito Livre. É a simples busca de
viver o Evangelho que para nós é o modo de ser de Jesus nada mais e nada
menos do que isto! Todavia, vamos nos
unir, não para formar um gueto; mas para se tornar um contingente de
restauração e Vida, com forças multiplicadas. Não estamos
ligados a nenhuma instituição religiosa e nem debaixo de qualquer hierarquia
religiosa. Como estação somos um lugar
de encontros, lugar de idas e vindas, lugar de chegadas e despedidas, lugar de
parada, lugar onde cada um decide pra onde vai, se vem ou fica. O vinculo que há entre nós é a amizade e o
amor que brota e cresce entre os que decidem caminhar juntos. Nossos
encontros são simples, interativos, ecléticos, bem humorados, não obstante,
responsáveis. Há sempre uma mesa posta, pois, experimentar o ambiente ao redor
da mesa é algo implícito aos que caminham
juntos, favorecendo conversas informais que favorecem inicio de amizades que podem evoluir para amizades
espirituais tão necessárias pra que não caminhemos sozinhos pela vida. Nos
repartimos uns com os outros. Repartimos vida e recursos. Nos encontramos em
diversos lugares, mantendo nossos endereços atualizados no nosso blog:http://caminhofortaleza.blogspot.com/”
Nesse texto fica claro o
aspecto livre e flexível do movimento. Ele não nasceu para ser um vaticano, ou
um ministério eclesiástico. No entanto, está no âmago de nossos objetivos nos
unir, multiplicar forças, ser um lugar de restauração que propicia amizades e
amizades espirituais. Percebemos então, que o que muda numa estação é o engessamento eclesiástico e não sua dinâmica relacional.
Agora por que será que esse
grupo de pessoas não consegue estabelecer comunhão na estação?
Em outro texto escrevemos: “E
como estação, todos são livres para ir e virem quando quiser, sem precisar
comunicar o “desligamento”, porque é da natureza da estação tal movimento. ”
Ora,
o que parece incomodar as pessoas é a liberdade das outras, pois parece que nos
viciamos num modelo de serviço e comunhão em 4 paredes regidos por normas e
ministérios. Ou seja, se depender da minha livre vontade não funciona.
Vejamos
isso: “A estação não é uma denominação
religiosa mais um espaço para todos, onde se é possível a comunhão. Ela não é
um fim em si mesma. Ela existe para os caminhantes e não os caminhantes para ela.
”
Vejam
o que estamos dizendo: Espaço para comunhão sem ser denominação religiosa. Ao
negar essa possibilidade, está se dizendo que fora da denominação religiosa é
impossível haver comunhão, o que é um absurdo.
“O que faz existir uma estação não é o lugar em
si com sua estrutura, mas o espírito que envolve o lugar. ”
A questão é que ainda não se entendeu que a Igreja somos nós e não as estruturas.
“Não queremos que ninguém se sinta na obrigação
de fazer algo. ”
O
que queremos é que a comunhão seja fruto da conversão sincera e do desejo do
coração de servir e não a ação movida meramente pela força da estrutura.
“Entendemos que a coisa toda é natural e
espontânea. E deve ser assim... Vai ser quando tiver que ser! Não dá para
forçar nada.... Além disso, temos a convicção de que nada pode ser edificado do
lado de fora que não seja fruto daquilo que nasceu como consciência dentro e
tenha sido experimentado como verdade e vida. Assim é o Caminho! ”
Logo,
preciso discordar dos que acham que a Estação não favorece a comunhão, antes
afirmo que ela produzirá a verdadeira comunhão, pois quando ela acontecer será
fruto da decisão individual e consciente. É claro que isso é mais difícil e
leva muito mais tempo nos dando a sensação de que não é possível.
Com
esse mesmo pensamento muita gente que o Evangelho não é praticável. Só sabem
fazer o que as estruturam organizam como atividades, mas não sabem amar,
dizendo que isso só é possível a Deus.
O
que queremos é obedecer ao Evangelho mesmo que isso nos custe fracassos no
processo.
Ivo Fernandes
12 de novembro de 2017
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