O CAMINHO DA GRAÇA E A ESTAÇÃO FORTALEZA



Definir o que é o Caminho da Graça não é tão fácil como poderia parecer. Percebo pelas falas e pelos textos produzidos pelos que se denominam caminhantes certa confusão, talvez em virtude da ausência de um mecanismo de controle seja teológico, filosófico ou organizacional.

Eu prefiro pensar o Caminho da Graça como um movimento, pois fala de variação de posição, me fala de uma realidade em constante mudança. Isso me retira a ideia de fazer o "Caminho da Graça" epicentro de coisa alguma; mantém a ideia do Espírito Livre.

O "Caminho da Graça" é a simples busca de viver o Evangelho que para nós é o modo de ser de Jesus nada mais e nada menos do que isto!

Todavia, vamos nos unir, não para formar um gueto; mas para se tornar um contingente de restauração e Vida, com forças multiplicadas.

Outra maneira de falar do Caminho da Graça é como um testemunho. Sim um porque há muitos outros. Testemunho não é produção ou ativismos é o que acontece quando uma dinâmica está em processo e afeta todos em volta. É um caminho da internalização da Graça de Deus em nós, é o caminho do Entendimento Espiritual da incondicionalidade do Amor e do Perdão. E essa produção continua subjetiva, existencial, relacional, num fluxo de exposição que vaza de dentro para fora do ser, e nunca o contrário.

Por isso podemos dizer que o "Caminho" não existe a partir de seus Encontros, o "Caminho" existe, e ocasionalmente, desemboca esse existir num Encontro, numa Estação, numa caminhada organizada, numa co-existência mais programática, pragmática, precisa, etc.

Nesses 7 anos o Movimento cresceu, deu frutos, alcançou a milhares, e a pergunta que fazemos é Como se preservar das "fórmulas" de crescimento? Como ser operacional sem deixar de ser relacional? Como se guardar desse in-fluxo, enquanto estamos crescendo como Movimento de Consciência e Relacionamento, com cuidados pastorais?

Em 2008 em Fortaleza-CE, o Caio primeiro mentor desse processo-movimento expôs uma série de conselhos que Marcelo Quintela condessou, são esses:

1) Não ser impressionável: Não é o tamanho do grupo, mas o significado do Encontro que vale. No dia que começarmos a nos preocupar com idolatrias numéricas, estatísticas e censos, atividades e ênfases que geram espírito de competição e não de fé; nesse dia, creiam, começamos a falir.

2) Não perder o espírito hebreu, caminhante, peregrino e forasteiro, que caminha sem a prerrogativa de controlar NADA, numa impotência maravilhosa e bem-vinda, que gera dependência de Deus e a manifestação do Seu poder.

3) Não se deixar perverter com um espírito acadêmico. Quase sempre a comunidade que cresce, fica besta, fica cult, auto-centrada, cerebral demais e cada vez menos crente na possibilidade dos impossíveis dos homens serem possíveis para Deus.

4) Quem quiser conduzir gente do Caminho e no Caminho, deve-se lembrar sempre dos sofrimentos de Cristo Jesus, que quando caluniado não caluniava, e quando injuriado, calava-se! Deve-se lembrar que é normal ser traído e ser deixado, e ser negado, e ser usado. Deve abrir mão de melindramentos, de direitos, de bem-estar, de reconhecimentos, de processos públicos, de vitimização de si próprio, não tendo em si mesmo a medida de tudo e nem sendo o limite de coisa alguma.  

4.1.) Quem quiser conduzir gente do Caminho e no Caminho, deve estar consciente da Esperança da Glória e viver sobre esses dois pilares propostos por Pedro: sofrimento e glória. Como é com o Mestre assim será com os Seus discípulos, sempre. A coroa da Glória ofertada pelo Supremo Pastor não é para esse tempo e nem para esse mundo. A Glória é do Porvir. E "entre nós, não será assim", conforme o curso desse mundo, segundo a ética dos que governam os sistemas sobre a Terra, que lideram para serem servidos. "Entre nós, o maior seja o que mais serve".  Reconhecimento e Glória estão adiados até o Tempo oportuno, quando o tempo não mais existir!

Assim, ninguém se envolverá de novo com as "coisas de Deus" em detrimento do "Deus de todas as coisas", nas funcionalidades que só servem para manutenção de seu próprio circo, em estratagemas que só se operam para "tocar o barco", com calendários de eventos anuais fixos e pré-determinados, sem sua correspondente demanda e senso de ocasião.

Antes do ativismo, há de se descansar aos pés do Mestre. Essa é a melhor parte. E por tentação nenhuma de crescimento institucional, ela nos será tirada; pois pouco é necessário nessa Jornada!

Assim, não produza nada no Caminho que não seja produção do Caminho em você! É um conselho e um desafio.

E a Estação Fortaleza do Caminho da Graça é também um movimento em movimento constante que se identifica com o Evangelho de Jesus de Nazaré que é a boa noticia do Reino do Eterno aos seres humanos, da reconciliação entre Deus e os homens.

A Estação Fortaleza do Caminho da Graça não está ligado a nenhuma instituição religiosa e nem debaixo de qualquer hierarquia religiosa, sendo um Lugar de encontros. Lugar de idas e vindas. Lugar de chegadas e despedidas. Lugar de parada. Lugar onde se decide pra onde vai, vem ou fica. O vinculo que há entre nós é a amizade e o amor que brota e cresce entre os que decidem caminhar juntos.
Nossos encontros são simples, informais, interativos, ecleticos, bem humorados, não obstante, responsáveis.

Aconselho a todos os leitores a conhecerem melhor este movimento.


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